A pergunta não é o que é se pode com ela, mas antes o que não se pode fazer: doces, sopas, arrozes, assados, sumos e até usá-la como decoração…
A abóbora é realmente muito versátil. Comestível quase por inteiro, das sementes à casca, é fruto de plantas rasteiras e trepadeiras originárias da América Central. Encontra-se um pouco por todo o país com especial incidência na região Oeste e a sua época vai de outubro a maio.
É rei e senhor do receituário português e por isso as dicas que se seguem são para guardar com carinho e recordar na hora de escolher o fiel amigo.
O bom bacalhau é o do Atlântico (Gadus morhua), que tem postas altas que lascam na perfeição depois de cozinhado, ao contrário do que acontece com o bacalhau-do-pacífico (Gadus macrocephalus). Opte por uma peça bem seca e de cor uniforme, compre inteiro e peça para cortar as várias partes – lombos, postas, abas e rabo. Para saber se o bacalhau iniciou o seu processo de salga em alto mar, verifique se a parte onde se inseria a cabeça está plana. Para demolhar o dito aceite as sugestões do chef Vítor Sobral, um especialista no tema: “O processo de demolha do bacalhau é o que o faz retomar o nível de água que perdeu durante a secagem e deve seguir alguns cuidados. Antes de tudo, deve-se passar o bacalhau por água corrente para retirar o excesso de sal. Depois, devemos colocar o bacalhau num recipiente com água fria e com a pele virada para cima (para que a pele não impeça o sal de sair), com a água a cobrir. A demolha deve ser sempre feita com água fria e no frigorífico. A água deverá ser mudada duas vezes por dia. O tempo de demolha depende do tipo de corte: os lombos demorarão mais tempo do que os cortes mais finos, o melhor é demolhá-los separadamente. Os lombos, corte que vamos usar na receita desta semana, podem demorar de 4 a 5 dias até estarem bem demolhados. Atenção para não demolhar em demasia, o bacalhau deverá sempre estar ligeiramente salgado, com o sabor que tão bem o português conhece!”
Raiz tuberosa com sabor adocicado, a beterraba é originária da Europa e aparece em três tipos que se destinam a diferentes usos: a beterraba de mesa, consumida como hortaliça; a açucareira, utilizada na produção de açúcar e a forrageira, destinada à alimentação animal.
Dentro do tipo “mesa” existem diversas variedades – como a a amarela ou dourada, a branca e a listada – sendo a vermelha a mais utilizada. Para consumir crua, em sumos e saladas, ou cozida, em pickle, conserva, doces, pão, pastas ou sopas, é pequena em tamanho mas enorme em predicados. Sobre as suas inúmeras propriedades, passamos a palavra ao Celeiro – Viver de Corpo e Alma: “Contém betaína e muitos outros nutrientes, nomeadamente ácido fólico, carotenóides, vitamina B6, fibras, manganês, potássio, vitamina C e ferro.”
Além de fonte de betacaroteno, pigmento antioxidante e precursor da vitamina A, é também fonte de fibras e minerais como cálcio, sódio e potássio.
Originária da Ásia, a cenoura correu o mundo à boleia das trocas comerciais e é cultivada um pouco por toda a parte. A fama de fazer bem aos olhos vem do tempo da Segunda Guerra Mundial quando cartazes de propaganda apregoavam que era graças ao consumo de cenoura que os pilotos aliados conseguiam ver bem os alvos alemães, a história pegou e todos nos habituámos a ouvir de pequenos que “a cenoura faz bem aos olhos”. Mas esse está longe de ser o seu único benefício: além de fonte de betacaroteno, pigmento antioxidante e precursor da vitamina A, é também fonte de fibras e minerais como cálcio, sódio e potássio. A forma mais comum de consumo são as raízes cruas ou cozidas – raladas ou fatiadas – em saladas, mas a versatilidade da cenoura permite utilizá-la como ingrediente de bolos, sopas, pães, sumos, purés e doces. Além da cor laranja, a mais costumeira nos mercados, a cenoura pode também aparecer em tons de branco, amarela ou roxo.
A couve portuguesa é uma das variedades mais apreciadas no nosso país, sendo outras a galega, a lombarda e a coração.
Consumidas desde os tempos pré-históricos, as couves sempre tiveram um papel preponderante nas hortas europeias sendo, além de nutrimento e sustento de muitas famílias, também utilizadas a nível medicinal. A couve portuguesa tem uma série de valiosas propriedades nutricionais que incluem alto indíce de Vitamina C, ferro, cálcio, magnésio, iodo e potássio, entre outros, e é rainha nas receitas tradicionais como a Feijoada, o Cozido à Portuguesa e o Caldo Verde.
Peixe de grande envergadura, o espadarte distingue-se pela sua maxila de forma alongada que lembra uma espada.
Peixe de grande envergadura, o espadarte distingue-se pela sua maxila de forma alongada que lembra uma espada. Pode ultrapassar os três metros de comprimento e os 500 quilos, pelo que é um cobiçado troféu para pescadores desportivos. Nas águas portuguesas – da costa continental a ambos os arquipélagos – o espadarte é presença comum. As águas ao largo de Sesimbra, que tem uma longa tradição na pesca do espadarte, são um dos pontos de passagem do peixe que nos meses de outono, durante o movimento migratório para o Mediterrâneo onde faz a sua desova, se aproxima mais da costa. “A sua carne macia e a ausência de espinhas tornam-no bastante apreciado, quer pela comunidade local, habituada a confecioná-lo de formas mais tradicionais, designadamente grelhado, de cebolada ou de caldeirada, quer por parte dos chefes de cozinha, que nos oferecem hoje uma maior variedade de pratos sofisticados à base de espadarte”, pode ler-se na revista Sesimbr’Acontece.
Invertebrado marinho parente da estrela-do-mar, esconde-se nas rochas e alimenta-se de algas e pequenos invertebrados. Suculento, fresco e com um intenso sabor a mar, é uma iguaria apreciada por todo o mundo
O oceano inteiro numa só garfada (ou colherada): talvez esta seja a melhor síntese do que é degustar um ouriço do mar. Invertebrado marinho parente da estrela-do-mar, esconde-se nas rochas e alimenta-se de algas e pequenos invertebrados. Suculento, fresco e com um intenso sabor a mar, é uma iguaria apreciada por todo o mundo, do Japão, onde se chama “uni“, a França com as famosas “oursinades”, sem esquecer a Ericeira, a vila baptizada em sua honra – Ericeira é uma derivação de “ouriceira“ (um local com muitos ouriços). Apresenta-se em diversas tonalidades, do arroxeado ao castanho, e idealmente deve ser consumido ao natural e vivo, sendo também possível cozê-lo ao vapor, assá-lo ou adicioná-lo a arrozes ou sopas. E mesmo quem não aprecia vê-lo no prato, continua a preferir comê-lo a pisá-lo!
O tomate invade as bancas dos mercados de Junho a Outubro.
A nossa querida Maria de Lourdes Modesto afirma que “Na altura do Tomate não existem más cozinheiras”, e explica: “De pele lisa, viva e brilhante, todo curvas sugestivas, o tomate é o fruto por excelência, e o mais cultivado e consumido no mundo inteiro nas suas múltiplas variedades. É surpreendente a sua constante renovação. Há sempre uma variedade nunca vista, encarnada, verde ou amarela, solta ou em cacho, redonda, em forma de coração ou de campainha, em cada ano, este filho do sol, apresenta um novo disfarce. Não admira, por isso, que se preste a tantas e variadas preparações. Come-se cru com prazer, em saladas e aperitivo, cozinhado em sopas, molhos, compotas e até como condimento.”
Sabia que a região vinícola mais pequena do país é em Cascais?
Temperado pelos ventos da serra e pela maresia, o Vinho de Carcavelos é um vinho licoroso que faz parte da história da vila e das suas imediações. Durante muito tempo a viticultura foi a actividade económica mais importante de Carcavelos, mas de há umas boas décadas a esta parte perdeu terreno para a malha urbana e hoje já poucos pés de videira se encontram lá plantados. Contudo, o Município de Cascais tem um projecto de revitalização das melhores vinhas e da criação de um polo de desenvolvimento no Mosteiro de Santa Maria do Mar para que, muito em breve, este vinho DOC renasça em terras cascalenses. Em Oeiras as vinhas ainda vingam e é lá que se continua a produzir este vinho único de sabor e aroma amendoado, perfeito para dar o pontapé de saída ou para fechar com chave de ouro uma refeição especial.
© The Art of Tasting Portugal | Política de Privacidade | Termos e Condições | Condições de reembolso | Livro de Reclamações | Powered by Brightlab
© The Art of Tasting Portugal | Privacy Policy | Terms and Conditions | Refund policy | Complaints Book | Powered by Brightlab
