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Enguias e seus vizinhos

Joao Paulo Martins

“A zona da Foz do Arelho é especial. Mesmo muito especial. A localização, o envolvimento que a lagoa de Óbidos dá àquela zona e o clima tão sui generis, fazem da Foz um local único. É verdade que pode ser uma desilusão para quem tem das férias a ideia de estar horas a fio na praia, com calor e bom tempo. Por aqui nada disso existe, ou melhor, existe mas em dose homeopática. Em pleno mês de Julho ou Agosto, o que temos são neblinas matinais que com frequência se estendem até às duas da tarde, sem sol e sem calor. Isso é muito desesperante para muitos veraneantes. A zona não é assim (em virtude desse clima) vocacionada para a produção de vinho embora, não muito longe, em Óbidos, existam alguns bons produtores, como a Casa das Gaeiras e a Companhia Agrícola do Sanguinhal. O que a lagoa também proporciona é a criação (cultura) de alguns bivalves de grande gabarito, dos melhores que se podem encontrar no país. As enguias, especialmente famosas na zona de Aveiro, são bichos que, infelizmente, desapareceram dos mercados, quer na versão imberbe (de tamanho) quer na versão adulta (eiroses); a primeira para fritar, a segunda muitas vezes usada em ensopado, caldeirada ou fumada. Um prazer para os sentidos. Com estes petiscos um espumante vai muito bem. Também os há não muito longe da Foz do Arelho (na Lourinhã, mais especificamente na Quinta do Rol) mas hoje vamos apreciar um clássico, da empresa que produz mais espumante em Portugal, a Raposeira. Seguramente que, quer com as amêijoas quer com as enguias, a espumante é um amigo, um porto seguro. De resto, atendendo ao PVP, este Peerless é um verdadeiro achado.”