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De Grândola até ao mar

Joao Paulo Martins

“A região de Setúbal tem, no que respeita à área vitícola, uma particularidade interessante: estende-se bem para sul, uma zona que administrativamente já é Alentejo mas que, pelo solo e clima, pertence à Denominação de Origem Setúbal. Esta zona mais a sul tem vindo a granjear o interesse de vários produtores que estão assim a tirar partido do lado mais fresco e atlântico do clima, originando vinhos diferenciados e originais. É também uma zona onde alguns produtores, como é o caso da Herdade do Portocarro, têm ensaiado novos vinhos com castas que não faziam parte dos encepamentos tradicionais, como a casta tinta italiana Sangiovese mas também a Galego Dourado, a variedade emblemática da região de Carcavelos. Há outras por aqui plantadas que, sendo estranhas a esta região, já têm presença há algum tempo no nosso território, como a Pinot Noir. Temos então um campo aberto onde novas experiências podem ser levadas a cabo e os projectos recentes do Vicentino, do Monte da Carochinha ou da nova vinha da Herdade Cortes de Cima mostram que, ainda que o sucesso não seja garantido – a proximidade do mar traz imensos problemas de doenças da vinha – vale a pena o esforço e os resultados mostram que o ditado popular é aqui válido: quem porfia, sempre alcança! Zonas mais de interior como Grândola ou o Torrão e zonas mais frescas como Porto Côvo ou Vila Nova de Milfontes vão seguramente ser cada vez mais faladas junto dos consumidores.”