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A Bairrada, as bolhas e o bácoro

Joao Paulo Martins

“Rumar à Bairrada para uma jornada de leitão assado, é número que qualquer português que se preze já fez. Isto claro, sem procurar ofender quem acha que comer leitão é horrível e que uma sandes de tofu com molho é mil vezes melhor. A zona é assim de peregrinação periódica e não há assunto mais habitual nas conversas que não seja decidir onde se come o melhor leitão. Sobre o tema quase sempre temos opiniões definitivas. Não é o meu caso, porque até nas casas mais famosas já comi menos bem. Por isso, passo o tópico. Preocupa-me um pouco mais que a exigência com o leitão não seja acompanhada por igual atitude em relação aos vinhos. Em muito boa casa serve-se um espumoso que está para o bom espumante como o tomate de Inverno para o tomate do campo, no Verão. Parece então que as bolhas é que contam, o resto é secundário. Não é verdade e este Messias é bem exemplo disso. A empresa é das mais clássicas e antigas da região e das mais fiáveis nos produtos que coloca no mercado.
A Bairrada produz também grandes brancos e ocasionalmente grandes tintos mas, para o meu gosto, com o leitão prefiro sempre espumante. Este é feito com Baga, Bical e Chardonnay, ou seja, uma casta tinta (vinificada em branco) e duas brancas. Corta na perfeição a gordura do  leitão, refresca o palato e limpa-o, preparando a boca para a garfada seguinte. A desgraça, como é bom de ver, com tanta “limpeza” leva a grandes comezainas. Mas dia não são dias, como muito bem diz o povo…”